sexta-feira, 27 de junho de 2014

Os cães e a Copa: O que fazer para amenizar o medo dos fogos de artifício?


É tempo de Copa e estamos no país do futebol. E todos nós sabemos que a grande maioria das pessoas adoram comemorar os gols com queima de fogos, cornetadas e gritarias de emoção.
Todo mundo, mesmo quem não é chegado a futebol, tem que se render. É uma grande festa! Eu disse "todo mundo"?
Bem, nem todo mundo, pois existe uma turminha seleta que verdadeiramente detesta toda esta barulheira e não vê a menor graça nos fogos, nas cornetas, e nos gritos de gol.
Dos cães, pequenos ou grandes, que simplesmente entram em pânico com tanto barulho e movimento. É para tentar ajudá-los, e também aos donos deles, que estamos escrevendo esta matéria.
Neste artigo, vamos citar alguns motivos pelos quais os cães morrem de medo disso tudo e dar dicas do que fazer para amenizar essa situação.


O MEDO É CAUSADO POR FATORES GENÉTICOS

Alguns cachorros são mais sensíveis do que outros com relação a sons e movimentos bruscos. Eles já nasceram assim, e na ninhada eles pareciam procurar sempre um cantinho quando alguém batia palmas ou dava um assobio forte perto deles. O filhote pode ter "puxado" um dos pais, que também era "medroso", ou então esta pode ser uma característica individual do filhote. Quando o medo é genético, não há muita coisa que possamos fazer para ajudar o cachorrinho. O jeito é tentar a dessensibilação gradual (vamos discutir mais adiante) e torcer para que ele supere seus medos da melhor maneira possível.


O MEDO É CAUSADO POR UM TRAUMAExistem dois períodos na vida de um filhote onde ele é traumatizado com mais facilidade – isso quer dizer que experiências ruins tendem a se fixar na memória do filhote para o resto da vida. O primeiro período ocorre entre 8 e 11 semanas de vida, e o segundo do 6º ao 14º mês. O início e o fim de cada período, bem como a intensidade do trauma, vai depender de cada cachorro, mas quase todos passam por esta fase sem muitos sustos.

O MEDO É CAUSADO PELA FALTA DE EXPOSIÇÃO A SITUAÇÕES NOVAS
Tal como os bebês, os filhotinhos também aprendem a reagir de acordo com o meio ambiente que vivem. Se um cachorrinho é trazido para uma família cheia de crianças, dificilmente irá se importar com a barulheira generalizada. Por outro lado filhotes criados em casas praticamente silenciosas, onde todos falam baixinho com ele, onde os filhos (quando existem) já são crescidinhos e não fazem tanto barulho assim, provavelmente vão estranhar horrivelmente se alguém berrar. Os cães criados em casas sem barulho tendem a ficar mais inseguros quando bombinhas estouram, quando a criançada bate uma pelada na frente da casa, ou quando o cunhadão gentilmente comunica que a festa do sobrinho de três anos vai ser na sua sala.


O MEDO É CAUSADO PELA ASSOCIAÇÃO DO BARULHO COM ALGUMA EXPERIÊNCIA DESAGRADÁVELMesmo que o cachorro não esteja mais na fase de impressão do medo, se uma tábua de passar roupa cair em cima da patinha dele, causando dor e fazendo um barulhão danado, pode contar que o bichão vai passar a ter pavor de sons altos e secos. Às vezes a associação é ainda mais sutil, por exemplo, se uma porta bater com o vento bem antes do cachorro levar um pisão. Diferente daquelas fases de medo do filhotinho, aqui os estímulos negativos precisam ser muito fortes para que o temor se torne permanente.

O MEDO É RECOMPENSADO CONSTANTEMENTE
Em todos os casos o mais comum, e o pior que se pode fazer, é recompensar o medo com carinhos e afagos. Toda vez que o cachorro apresenta sinais de medo e nós tentamos acalmá-lo com palavras suaves, com carinhos ou dando colinho, estamos passando a mensagem incorreta de que medo é bom, bonito, e cachorro medroso ganha cafunés extras. Para o peludo não faz a menor diferença se o que você está falando para ele é "não se preocupe, meu lindinho, mamãe está aqui e nada vai acontecer. Calminha, calminha", ou "batatinha quando nasce se esparrama pelo chão, corre corre cachorrinho, que lá vem bicho-papão."
O que vai dar sentido às suas palavras é o tom de voz que você emprega e o que você faz com o cachorro nessa hora. Tom de voz macio é carinho; carinho é recompensa; recompensa reforça o comportamento atual. Logo, cachorro com medo é lindinho!


O QUE FAZER?Para evitar problemas, exponha o seu filhote com segurança. Faça festas em casa para ele. Convide os amigos e familiares, que gostem muito de cachorros, é claro, para uma festinha em homenagem ao bebezão. Peça para todos tirarem os sapatos na porta, assim você diminuiu as chances de que o filhote, ainda sem vacinas, possa ficar doente (avise com antecedência que todo mundo que vai ter que tirar os sapatos. Evitam-se, assim, vexames com meias furadas e tênis fedorentos).

Mantenha em mente que a festa é para o filhote, então ele pode ficar passeando pela sala. Escolha um horário tranquilo e faça a festa "rapidinha". O importante é que o cachorrinho veja bastante gente simpática, que barulhos normais de festa sejam associados com coisas boas (carinhos e sorrisos), e que ele possa se divertir também sem ficar estressado. Com o consentimento do seu veterinário (que vai orientar se a região em que você mora é muito perigosa para a saúde do seu filhote), leve o pequeno peludo para passear de carro ou no colo. Deixe-o ouvir os sons da rua e converse com ele calmamente. A qualquer sinal de estresse por parte do pequeno simplesmente volte para casa sem muito drama. Lembre-se, nada de tentar consolá-lo, apenas dê meia volta e tente novamente num horário mais calmo.
Se você não quer um cachorro que fique nervoso em situações novas, prepare-o para as situações mais diversas possíveis, e principalmente para aquelas que provavelmente irão fazer parte da vida dele no futuro. Deixe os filhos do vizinho brincarem com ele, leve-o para a janela ou para a frente da casa se estiver acontecendo algo de "novo" na sua rua. Ligue os aparelhos domésticos com segurança, sem forçá-lo a ficar perto do secador de cabelo ou do aspirador de pó.
Evite situações em que o filhote pode ser traumatizado nos períodos mais sensíveis da vida dele. Tenha uma atitude positiva, não superproteja. Peça para as crianças (pequenas e adultas) não brincarem de dar sustos no filhote, especialmente nas fases de impressão do medo. Ah! E grite gooooooool de vez em quando, deixando claro pro cão que você está alegre :-)

Para corrigir os problemas já existentes:
O método a ser empregado para corrigir problemas de medo vão variar de cão para cão, de acordo com o grau de sensibilidade e medo do peludo. Todos tomam tempo e exigem paciência.

Alguns cães têm uma melhora sensível, outros menos, mas sempre vale a pena tentar, já que é pelo bem do peludo.

Motivação e Mudança de Comportamento
Este método consiste na mudança de comportamento da família para mudar o comportamento do cão. O negócio é fazer muita festa e procurar estimular o peludo a investigar a fonte do barulho, e não deixá-lo fugir ou tentar protegê-lo. No caso da Copa, coloque uma coleira e uma guia no cão e toda vez que o Brasil fizer gol procure levar o bicho para janela, ou para o quintal. Corra de um lado para o outro, junto com ele, fingindo que você está procurando o bicho barulhento (os fogos, no caso). Diga para o cachorro que o barulho vem de um bicho malvado que está soltando "pum" no território dele, se "o bicho" não funcionar diga que é o cachorro mau caráter do vizinho (ou seria o cachorro do vizinho mau caráter?), tanto faz, o importante é usar palavras estimulantes como: olha! Procura! Pega! Vamos ver! Quissi-Quissi! Qualquer coisa que deixe o seu cachorro excitado. Ao menor sinal de interesse (levantar as orelhas, por exemplo), aproveite para incentivá-lo dando tapinhas amorosos no dorso.

Continue encorajando o cão com "palavras de ordem". Depois de alguns minutos de farra, especialmente se os fogos já tiverem parado, diga: "Muito bem amigão, colocamos ele pra correr!", e volte para a sala, deixando o cachorro solto e livre para ir aonde ele quiser. Se ele se esconder, vá chamá-lo quando o jogo estiver meio paradão, ou quando alguém do time adversário estiver fazendo cera no chão, fingindo que foi atingido. Sim, porque jogador brasileiro NUNCA faz isso!
Se o cão ficar deitadinho do seu lado, com aparente calma, pode enchê-lo de afagos, caso contrário NÃO TENTE PROTEGÊ-LO!!!! Com sorte você vai ter muitas chances de praticar, pois o Brasil ainda vai fazer muitos gols!
Dessensibilação
Para os cachorrinhos que não se contentam com a "Motivação e Mudança de Comportamento" é preciso ter um pouquinho mais de trabalho. No próximo jogo pegue um celular que grave sons e deixe o aparelho na janela. Não comemore os gols, mas vá correndo até a janela e grave o barulho dos fogos e das cornetas. Se o cunhadão mala estiver assistindo o jogo na sua casa, basta gravar o barulhão que ele vai fazer de qualquer jeito. Grave o maior tempo possível de barulho e vá baixando para o computador, repita as gravações até ter um bom período de barulhos gravados e passe para um pendrive. Durante a semana, com a vida calma que Deus lhe deu, coloque o pendrive em um aparelho de som, com o volume próximo do mínimo.

Aproveite para usar a Thundershirt, a camisa calmante, e engajar seu cachorro na atividade que ele mais gostar. Jogue bolinha, brinque de esconde-esconde, dê pequenos pedaços de biscoito, o que for. A cada dia que passar aumente só um tiquinho de nada o volume e continue fazendo as brincadeiras com o seu cão, até você notar que ele está percebendo o barulho no gravador. Estamos falando de olhar de vez enquanto na direção do gravador, mas não de demonstrar sinais de medo. Deixe o volume aí e continue praticando todos os dias, até o cachorro não prestar mais atenção no barulho.

Aí é hora de levantar o volume só mais um pouquinho. Continue assim até conseguir fazer com que o eu cachorro não tenha mais medo dos barulhos, mesmo com o volume alto. Se durante o processo seu peludo ficar apavorado, volte o volume para o nível anterior, onde o cão estava confortável. Em hipótese alguma tente acelerar o processo se o cachorro não estiver pronto para o próximo passo. Normalmente este método leva um bocado de tempo (talvez você não consiga sucesso total até o final da Copa), mas uma vez atingido o objetivo o cão fica tranquilão pro resto da vida. Ah! Durante os jogos da Copa você pode deixar o cachorro ficar no cantinho mais quieto possível da casa (ele vai te dizer que cantinho é este) ou tentar usar o método da Motivação, mas só se o seu cachorro não estiver entrando em pânico total. Use sempre a camisa calmante Thundershirt, e você verá melhoras significativas nas reações dele.

Deixe o cachorro ficar sozinho onde ele quiser
Se você não tem muita paciência para tentar recuperar o peludão, pelo menos não piore as coisas tentando consolá-lo. Permita que ele escolha um cantinho da casa e deixe o bicho em paz. Se você tem uma caixinha de transporte ou uma casinha talvez seja uma boa opção para o peludo se sentir mais protegido. Ponha a caixa de transporte num cantinho escurinho, de preferência onde o cão possa ver você e a porta da sala ao mesmo tempo. Biscoitinhos e guloseimas só quando o cachorrão estiver relaxado, ou seja, quando não estiver acontecendo nada mesmo no jogo.

Se TUDO falhar e o seu cachorro estiver apresentando sinais de estresse extremo, converse com o seu veterinário e veja a possibilidade de dar algum remédio para ele antes dos jogos. Em hipótese nenhuma medique o seu cachorro sozinho. Muitas vezes os calmantes têm efeito inverso, deixando o cachorro ainda mais agitado. Além disso, tudo o que você e o seu cachorro não precisam é de uma visita de emergência ao veterinário bem na hora em que o Neymar for bater o pênalti decisivo da prorrogação. A camiseta calmante Thundershirt, será o abraço tranquilizante que seu peludo necessita.



Você já se perguntou qual é a sensação de ver o mundo sob o ponto de vista de um cão?

Esta pode ser uma garantia de diversão, comprar uma câmera filmadora Sony com correias para adaptar nas costas do seu cachorro.
Aí você vai poder curtir o mundo sob a perspectiva do seu melhor amigo, durante passeios pela orla marítima ou brincadeiras no quintal. Também existe equipamento similar para prender na sua cabeça.




Melanoma ocular em cães: relato de dois casos

MEDICINA VETERINÁRIA PREVENTIVA

autores:
Ana Paula Teixeira da Silva1
Rua Daniel de Oliveira Carvalho, 825
13660-000, Porto Ferreira – SP, Brasil
+55 19 9208 5760
vet.anapaula@gmail.com

Marina Lie Sawada2
Alessandra Oliveira Pinheiro2
Maria Lúcia Marcucci Torres3
Priscila Carvalho de Oliveira Balieiro4


Resumo
Os melanomas normalmente são neoplasias cutâneas, mas podem
ocorrer sempre que agrupamentos de melanócitos são encontrados.
Estes tumores possuem duas categorias: melanoma benigno,
referido como melanocitoma, e melanoma maligno. O local mais
comum da sua ocorrência no cão é a cavidade oral, mas dentre as
neoplasias oculares representam a mais comum neoplasia ocular
primária nesta espécie. Quanto a sua localização podem ocorrer
na conjuntiva, limbo (tecidos epibulbares), úvea anterior, coróide
e nos anexos oculares. A localização anatômica destas neoplasias
é de grande importância para a determinação do protocolo terapêutico
mais adequado e consequentemente do seu prognóstico.

Summary
Melanomas are usually skin cancers, but may occur when clusters
of melanocytes are found. These tumors have two classes:
benign melanoma, referred to as melanocytoma, and malignant
melanoma. The most common site of it’s occurrence is in the dog’s
mouth, but among ocular tumors represent the most common
primary eye cancer in this species. Their location could be in the
conjunctiva, limbus (epibulbar tissues), anterior uvea, choroid
and eye annexes. The anatomical location of these neoplasms is
of great importance to determine the most appropriate treatment
protocol and therefore their prognosis.

LER ARTIGO NA ÍNTEGRA


Controle biológico do carrapato do boi, Rhipicephalus (Boophilus) microplus no Brasil

MEDICINA VETERINÁRIA PREVENTIVA

Autores
Cecília José Veríssimo
Pesquisadora do Instituto de Zootecnia
Rua Heitor Penteado, 56
13460-000 – Nova Odessa, SP – Brasil
+55 19 3209 2646
+55 19 3466 1279
cjverissimo@iz.sp.gov.br
Resumo

O artigo revisa o controle biológico do carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus, com ênfase em resultados de pesquisas efetuadas no Brasil, avaliando-se a possibilidade do uso do controle biológico nos dias atuais. Vários inimigos naturais, entre vertebrados, invertebrados e patógenos já foram determinados até o momento. O fungo Metarhizium anisopliae tem sido um dos patógenos mais estudados, porém, ainda com resultados
modestos no controle do carrapato no campo. Algumas espécies de formigas são importantes predadoras de fêmeas ingurgitadas nas pastagens. Em relação aos vertebrados, o próprio bovino, aquele resistente ao carrapato, em especial os zebuínos da raça Nelore, mostra-se como a melhor opção no controle biológico do carrapato, devido à limitação do ciclo de vida do parasita que
acontece nestes hospedeiros resistentes.


ABSTRACT
The paper aims to review the literature on biological control of the tick Rhipicephalus (Boophilus) microplus focusing on results of research made in Brazil, and the feasibility of using
biological control nowadays. Several natural enemies of this tick, among vertebrates, invertebrates and pathogens have been determined so far. The fungus Metarhizium anisopliae has been one of the most studied pathogen, however, with still modest results in the tick control in the field. Some ants species are important predators of the engorged tick female in the pastures. With respect to vertebrates, the resistant cattle, especially the zebu Nellore cattle, appear to be the best option for the biological tick control, because of limiting its life cicle caused by the resistant hosts.


Teleógina infectada com o fungo
Metarhizium anisopliae

LER ARTIGO NA ÍNTEGRA