sábado, 3 de janeiro de 2015

A importância do bem-estar animal para os profissionais e a sociedade


Durante séculos os animais foram considerados
como seres sem sentimentos
e consciência, uma postura que
afeta a forma como os animais são tratados
até os dias atuais nos diferentes
setores da sociedade.
Somente na agropecuária, cinco bilhões de animais
são abatidos por ano para a produção de carne no
Brasil. Para os animais utilizados em pesquisas e
testes, não há um número oficial, o que pode significar
a falta de controle nessa área. Quanto aos animais
trabalhadores, especificamente os utilizados para carga e
no entretenimento (rodeios, circos, etc), também não há
um número oficial. Sobre os animais de companhia, mais
da metade das famílias brasileiras possui pelo menos um,
sem falar dos que vivem em situação de rua. Por fim,
não se deve esquecer os animais vítimas do tráfico que
movimentam milhões de reais no Brasil.
Pode-se considerar que o marco da ciência de
bem-estar animal (BEA) foi em 1964, quando Ruth
Harrison publicou o livro “Animal Machines” sobre
como os animais de produção eram tratados. O governo
britânico, pressionado pela sociedade, montou um
Comitê para avaliar a situação dos animais de produção
e fazer propostas para melhorias. No relatório final, o
Comitê de Brambell, assim denominado, registrou pela
primeira vez um conceito sobre bem-estar animal e que
incluía pela primeira vez “os sentimentos dos animais”.
Também propunha as cinco liberdades como uma
forma de melhorar a vida dos animais mantidos para
produção intensiva: livre para ficar em pé, livre para
deitar-se, livre para virar-se, livre para limpar-se, e livre
para esticar seus membros.
Posteriormente, em 1992, o Conselho Britânico
de bem-estar de animais de produção aprimorou as
cinco liberdades para : livre de fome e de sede, livre de
desconforto, livre de dor, lesões e doenças, livre de medo
e estresse, e livre para expressar o seu comportamento
natural. As cinco liberdades foram e continuam sendo
muito utilizadas em conceitos de bem-estar animal e
também para estruturação de protocolos de avaliação do
bem-estar das diferentes espécies animais.
A primeira disciplina de bem-estar animal surgiu
em 1986, na Universidade de Cambridge. No Brasil,
ao redor de 65% dos cursos de medicina veterinária
e zootecnia no Brasil possuem a disciplina de BEA.
Mas, disciplinas voltadas ao comportamento animal,
conhecimento imprescindível para o entendimento do
bem-estar, são raras.
Hoje o bem-estar animal é uma preocupação mundial
crescente, tanto que a Organização Internacional para
Saúde Animal (OIE) traz recomendações especificas no
Código Terrestre de Saúde Animal. Mas há a necessidade
de informações práticas para a implementação de
programas efetivos para a melhoria do bem-estar
animal. E isso envolve o conhecimento e capacitação dos
profissionais na área.

M.V. Rita de Cassia Maria Garcia, MSc., PhD.
Pós -doutoranda
Departamento de Medicina Legal, Ética Médica, Medicina Social
e do Trabalho
Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo
Rita de Cassia Maria Garcia [ritadecassiamariagarcia@gmail.com]


Passaportes para cachorros, gatos e furões vêm sendo emitidos desde 22 de fevereiro de 2014

Desde 22 de fevereiro de 2014, começaram a ser emitidos os passaportes para cachorros, gatos e furões – o Ministério da Agricultura ainda não soube informar se eles mesmo o farão ou se ficará a cargo da Polícia Federal. Os documentos poderão ter, inclusive, foto dos bichos.
Para obtê-los, é preciso apresentar um atestado de saúde e a carteira de vacinação, e, antes do embarque, o tutor do animal deverá solicitar a um médico veterinário que registre as informações sanitárias no documento, como dados de vacinação, tratamentos, exames laboratoriais e análises exigidas pelo país de destino.
Não terá digitalização da pata. O animal receberá um microchip para ser identificado, método que já é utilizado e exigido pelos países da União Europeia.
Com informações de Click RBS.

É preciso vacinar


Maria de Lourdes A. B. Reichmann Médica Veterinária,
Dra. em Medicina Veterinária, Assistente Técnica de Saúde do Instituto Pasteur

MINISTÉRIO DA SAÚDE
SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Esplanada dos Ministérios, Edifício Principal, 2º andar
70.304-000 Brasília-DF
Fone 61 3213 8095
NOTA TÉCNICA Nº 150
(reproduzimos parte da nota técnica)
Vacina contra Raiva Canina e Felina em Cultivo Celular
07-10-10
(a redação se permitiu de omitir a marca da vacina)
O Ministério da Saúde (MS), em comum acordo com o
Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde e
Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde,
diante do aumento das notificações e dados preliminares
das investigações laboratoriais referentes aos eventos
adversos graves após vacinação contra raiva animal,
determina que sejam interrompidas preventivamente, e
por período indeterminado, as campanhas de vacinação
contra raiva animal com uso da vacina __________, em
todo o País. Esta medida permanecerá em vigor até que
sejam concluidas as demais etapas da investigação pelo
Ministério da Saúde e Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (MAPA) __________ .

A raiva continua representando um grave
problema de Saúde Pública, pois apresenta
um índice de letalidade de 100%
para os indivíduos doentes. Apesar de
existirem dois casos recentes de raiva
humana que evoluíram para cura, ocorridos nos Estados
Unidos e em Recife/Brasil, outros casos submetidos aos
mesmos protocolos de tratamento não obtiveram êxito.
O Estado de São Paulo apresenta a condição de controle
epidemiológico da raiva canina e felina. Os dados
de Vigilância Epidemiológica da doença subsidiados por
resultados de laboratório indicam a ocorrência de casos
nas duas espécies quando a transmissão ocorre pelo contato
com morcegos hematófagos ou não. Esta situação é
evidente desde o ano de 1998, sendo o vírus compatível
com a variante de Desmodus rotundus, infectando cães
e gatos com idade média de cinco meses e que não foram
vacinados previamente, na maioria das ocorrências.
O último caso autóctone de raiva humana, no Estado
de São Paulo, ocorreu em 2001, tendo sido transmitido
por um gato de cinco meses de idade, não vacinado, e a
variante viral foi compatível com Desmodus rotundus.
Estas considerações mostram que a situação epidemiológica
de controle está estabelecida, mas existe um
contingente de cães e gatos susceptíveis que favorece a
reintrodução do vírus rábico, caso os animais deixem de
ser vacinados nas proporções recomendadas pela Organização
Mundial da Saúde, pelo Ministério da Saúde
e pela Comissão Estadual do Programa de Controle da
Raiva de São Paulo. As metas anuais estabelecidas são de
80% das populações canina e felina estimadas para cada
um dos municípios do Estado de São Paulo.
No ano de 2010, o Ministério da Saúde distribuiu
as vacinas de cultivo celular, para uso em cães e gatos
de todos os Estados brasileiros, o que constituiu um
grande avanço nas técnicas adotadas para as atividades
de vacinação de cães e gatos, seja em campanhas anuais,
tratamento de áreas de focos de raiva ou em rotinas de
atendimento a proprietários que obtiverem cães e/ou gatos
após o período das campanhas. As vacinas de cultivo
celular oferecem maior potência imunogênica, permitindo
melhor resposta celular e humoral, garantem imunidade
por períodos de dois a três anos após a vacinação
e permitem dispensar de dose de reforço os cães e gatos
primo-vacinados.
As vacinas fornecidas pelo Ministério da Saúde foram
apresentadas em frascos de múltiplas doses, e formulação
compatível com as mesmas vacinas disponíveis em
frascos de doses únicas, utilizadas em estabelecimentos
veterinários particulares. A diferença entre as duas
apresentações era a concentração de conservantes que
garantissem a preservação do produto. Nos primeiros
dias de administração ocorreram eventos adversos temporalmente
associados às vacinas, com coeficientes de
incidência significantemente superiores aos referidos
na literatura. Os eventos adversos apresentaram grande
intensidade e uma parcela dos casos evoluiu para óbito
nas primeiras 24 horas, sobretudo em animais de pouca
idade e com baixo peso.
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo recomendou
imediata interrupção das campanhas municipais
de vacinação de cães e gatos, estabeleceu contatos
com especialistas de universidades, órgãos oficiais e laboratórios
de referência, para identificar as causas dos
eventos adversos temporalmente associados às vacinas
contra a raiva, avaliar as características físico-químicas e
testar novamente a qualidade da vacina.
Posteriormente, o Ministério da Saúde identificou
ocorrências similares em outros Estados e determinou a
suspensão das campanhas em todo o território brasileiro
(Nota Técnica 150, de 07/10/2010).
Os estudos indicados para esclarecer as ocorrências
ainda estão em andamento. Por se tratar de uma análise
complexa, os resultados de diversos exames não foram
liberados.
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo optou
pela aquisição de novo produto, em frascos de uma e de
dez doses de vacina, a fim de atender parcialmente as necessidades
de rotina dos municípios, aguardando que o
Ministério da Saúde informe as providências que deve
adotar para voltar ao fornecimento normal de vacinas
contra a raiva de cães e gatos. O andamento do processo é
lento e os laboratórios precisam dispor da quantidade requerida,
encontrando-se sem previsão a disponibilidade
do imunobiológico.
A forma mais eficaz de impedir a ocorrência de raiva
humana transmitida por cães e gatos é manter os animais
destas duas espécies vacinados, de modo a formar uma
barreira imunológica que impeça a disseminação dos
vírus. Seja em órgãos oficiais ou em estabelecimentos
veterinários particulares, os proprietários precisam ser
incentivados a vacinar seus animais de estimação.

Em tempo: Dra. Maria de Lourdes Reichmann nos envia
um trecho da nova Nota Técnica do MS:
NOTA TÉCNICA N.º 161 /2010 – DEVEP/SV
Em função do resultado encontrado nas avaliações laboratoriais
da partida nº 059/10 e dos estudos epidemiológicos efetuados,
decidiu-se pela suspensão definitiva do seu uso na rede pública
de saúde, e o quantitativo da referida partida existente nos estados
e municípios deverá ser destruído, adotando-se todos os procedimentos
legais necessários por parte do Ministério da Saúde e
Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde.
12. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA
esclarece ainda:
Vale ressaltar que 100% das partidas da vacina fabricadas e importadas
são testadas em laboratórios oficiais antes de serem
comercializados, para avaliação da segurança e eficácia e, na
ocasião, não foi detectado nenhum problema no processo produtivo
da vacina anti-rábica canina.
Brasília, 29 de novembro de 2010.
Ministério da Saúde
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Dermatoses em cães e gatos


0 termo dermatose é usado genericamente para descrever problemas relacionados às alterações da pele e pelagem. 0 diagnóstico preciso, ou seja, o conhecimento da causa de uma dermatose, é fundamental para a indicação do tratamento correto e, como consequência, o sucesso da cura.

Resumidamente, podemos destacar as seguintes DERMATOSES:

As relacionadas às carências nutricionais, como por exemplo a falta do mineral ZINCO, de vitaminas A, D, E, do Complexo B, Ácido Oleico e Linóleo.
 
Outras, devido a mudanças do Ph da pele e consequente baixa da resistência cutânea, muitas vezes causadas por banhos excessivos e com produtos inadequados.

As dermatites de contato, causadas pela exposição direta da pele com materiais de natureza variada, como os orgânicos (vegetais, urina...) e os sintéticos (produtos de limpeza à base de amoníaco, solventes, varsol, removedores, cresóis, fenóis, etc..), ou mesmo contato direto com material plástico das vasilhas, bebedouros, tapetes e carpetes, sintéticos, etc..

  • As de natureza psicossomáticas comuns em animais confinados e estressados.
  • Dermatites de contágio como as parasitárias, bacterianas, fúngicas e virais.
  • As decorrentes de problemas metabólicos como a uremia e diabetes.
  • As de etiologia (causa) mais complexas, geralmente hereditárias, como o pênfigo, Lupus, Ectiose, etc..
  • As relacionadas com deficiência imunológica como a Atopia canina, Demodicose, Estaphilococose, etc.
  • As de origem hormonal causadas pelos desequilíbrios hormonais relativos às disfunções ovarianas, testiculares, das glândulas adenais.

Métodos de diagnóstico:

Variam desde a observação clínica dos sintomas a exames laboratoriais altamente sofisticados. Podemos destacar os seguintes exames:

Raspados de pele/pelos com observação microscópica, meios de cultura para bactérias e fungos
Biópsia de pele para exame histopatológico
Teste da lâmpada de Wood (para fungos - micoses)
Teste intradérmico para diagnóstico alérgico (inocula-se várias substâncias para testar a sensibilidade do animal)
Rast test (teste de alergia usando-se uma amostra de sangue)
Exames de bioquímica do sangue

Devido a essa enorme complexidade, é fundamental a presença do profissional especializado e atualizado com as mais recentes descobertas científicas. Muitas vezes, recebo animais que já foram submetidos a vários tratamentos de maneira empírica (experimental), alguns altamente intoxicados devido a doses excessivas de medicamentos, especialmente antibióticos, corticoides e quimioterápicos. Nesses casos é necessário estabelecer um esquema de tratamento desintoxicante para, em seguida, iniciar o tratamento específico.

Gostaria de enfatizar o uso de imunoterapia (vacinas) nas dermatoses de caráter sistêmico. Apresenta o grande benefício de não ter efeitos colaterais nocivos ao organismo, visando o tratamento curativo, e não o sintomático.

Como exemplo, tenho obtido excelentes resultados no tratamento de dermatites de natureza alérgica com a utilização de vacina composta de alérgenos inalantes (obtido através de extrato concentrado purificado e padronizado por manipulação laboratorial de dezenas de materiais como: pólen, lã, pelo e pele de animais, gramíneas, insetos, fungos, leveduras, etc..) associada ao IGG Parvum (imunoestimulante). 


O animal recebe, semanalmente, uma dose progressiva da vacina, objetivando a formação de anticorpos pelo organismo e, consequentemente, aumentando a resistência orgânica. É um processo lento onde os primeiros sintomas poderão levar meses para aparecerem.

Com o passar do tempo, os resultados obtidos são cada vez mais positivos. Lentamente observamos o controle da doença ou até a cura definitiva.

Fonte: www.webanimal.com.br

Calor excessivo pode levar cães à morte


Se você anda incomodado com o calor lá fora, imagine o seu amigo de quatro patas com toda aquela camada de pelos? “Os cachorros não transpiram pela pele como os humanos”, explica o diretor clínico do Hospital Veterinário Pet Care, Marcelo Quinzani. “Eles perdem calor pela respiração e transpiram pelos coxins plantares (localizados na sola das patas) e pelas narinas. Como essa área é muito pequena em relação à extensão do corpo, ela é insuficiente para manter a temperatura corpórea próxima da temperatura normal”, explica o diretor clinico do Hospital Veterinário Pet Care, Marcelo Quinzani.

Segundo o médico veterinário, quando o cão é exposto a altas temperaturas, ou a estresses e atividades intensas em dias muito quentes, sua temperatura interna pode ultrapassar os 40ºC e é aí que o cachorro pode apresentar hipertermia, quadro que pode provocar convulsões, diarréia, vômitos e levar à morte.

Os sintomas da hipertermia são: respiração ofegante, hipersalivação, temperatura acima de 40°C, mucosas avermelhadas, taquicardia, arritmias cardíacas, vômitos, muitas vezes com sangue, diarréias também com sangue, manchas e hematomas dispersos pelo corpo, alterações mentais, convulsões, tremores musculares, dificuldade de locomoção e falta de coordenação motora, diminuição ou ausência da produção de urina, coma e parada cardiorrespiratória. “A hipertermia é uma condição gravíssima que requer tratamento médico imediato. Uma vez que os sinais clínicos desse quadro são identificados, existe um tempo extremamente curto para ser revertido, diz Quinzani.

Independente da raça, todos os cães estão predisposto a essa patologia se submetidos a condições ambientais desfavoráveis de calor e umidade. Porém, cães com focinhos curtos como bull dog, boxer, pug, lhasa apso, shi tsu, boston terrier entre outros, estão mais suscetíveis ao problema. “Anatomicamente já são desfavorecidos de um aparelho ‘refrigerador’ adequado”, explica o veterinário.

Emergência: saiba como proceder
Aos primeiros sinais clínicos de hipertermia o animal deve ser retirado imediatamente do ambiente quente, colocado sob refrigeração ou ventilação adequada. “Molhar o animal com um borrifador e toalhas frias também auxilia no processo de refrigeração. Porém, não se deve submergir o animal em água fria, pois isso leva a vasoconstrição periférica dificultando ainda mais a dispersão de calor. É preciso também procurar imediatamente um médico veterinário”, diz Quinzani.

Confira as dicas preventivas:
1. Evite passeios e esforços físicos em dias quentes e úmidos.

2. Não deixe o animal preso dentro do carro, mesmo com vidros abertos.

3. Não deixe o animal em ambientes fechados ou sem acesso à sombra e água fresca.

4. Não dê banhos com água quente e secadores quentes no verão.

5. Não submeta o animal a situações de estresse psicológico que o deixe ofegante por medo ou insegurança.

6. Evite esforços ou condições desfavoráveis para animais obesos ou que tenham anatomicamente alguma dificuldade respiratória.

7. Evite a contenção forçada do animal e uso de focinheira em ambientes quentes e fechados.

fonte: http://www.petrede.com.br
Fonte: http://www.andreagramonte.com.br

Cuidados especiais com cães e gatos no verão


A rotina de animais de estimação como banho, tosa, horários de passeio, a alimentação e os cuidados com a saúde merecem particular atenção no período mais quente do ano


Com a chegada do verão as temperaturas estão subindo e com elas aumenta nossa preocupação com o bem-estar dos animais domésticos. Assim como as pessoas os animais de estimação também precisam se adaptar ao calor e a umidade. Pequenas alterações na rotina garantem a saúde de cães e gatos. O médico veterinário, Marcelo Quinzani, esclarece que hirpertermia, infestações de ectoparasitas, picadas de mosquitos e pernilongos, viroses e doenças de pele são alguns dos problemas que acometem os animais nesse período.

Os cães não transpiram como nós. A respiração é a única forma de controlar o processo de refrigeração e manutenção da temperatura corpórea ideal. Por isso, quando submetidos a calor intenso ou situações de estresse os cães podem não ter condições de perder calor e entram num processo conhecido como hipertermia. “O primeiro sinal que o animal precisa de resfriamento é quando se mostra muito ofegante. No quadro de hipertermia a temperatura corporal pode atingir até 42º C, provocando vômitos, coagulação intravascular disseminada, edemas pulmonares, paradas cardíaca e até mesmo chegar ao estado de coma,” explica Quinzani.

Segundo o veterinário, os cães braquicéfalos ─ que tem o focinho curto, como os Bulldogs, Pugs, Boxers, Shitsus, Lhasas Apso, Boston entre outros, sofrem mais com as altas temperaturas devido à anatômica dificuldade de respirar e perder calor. “Por isso não devemos nunca submeter os cães a situações de intenso calor ambiental como banho e tosa, passear em horários muito quentes, ficar dentro de carros parados ou em viagem longas, e outras situações de estresse”, alerta ele. Nessa época do ano os animais devem ficar em ambiente agradável e sombreado, com água fresca disponível.”

Durante o verão também é mais comum a proliferação de pulgas e infestação por carrapatos. Nesse período os banhos devem ser menos freqüentes, pois diminuem o período de ação da maioria dos produtos usados no controle dos ectoparasitas. Neste caso, manter a pelagem do animal curta ajuda na visualização dos possíveis parasitas. “Na hora do banho é preciso observar se existe ou não a presença de parasitas, possíveis lesões por picadas, áreas avermelhadas pelo corpo ou mesmo hematomas” recomenda Quinzani. “No caso da presença de pulgas ou carrapatos deve se procurar um veterinário para fazer a indicação da aplicação dos preventivos e antiparasitários e de exames de sangue se necessário”
Os cães também sofrem com as picadas de insetos que, além de provocar incomodo, podem transmitir doenças como a leishmaniose e dirofilariose. Quinzani ressalta que as picadas normalmente ocorrem nas regiões sem pêlos – ponta de nariz, orelhas, ao redor dos olhos e abdômen – onde é possível visualizar as lesões de picadas com coceira intensa no local.

O veterinário lembra ainda que os ferimentos dos animais nunca devem ficar expostos, porque podem atrair moscas que depositam suas larvas, provocando infecções que trazem incomodo aos animais. “Além disso, moscas depositam suas lavar em pele integra, os conhecidos bernes”, alerta. “Em todos esses casos há a possibilidade de prevenção com coleiras e sprays repelentes, com controle dos mosquitos com telas nas janelas, controle de lixo e água parada e outros resíduos ambientais que possam atrair esses insetos.”

O período de chuvas também aumenta a incidência de leptospirose, doença transmitida pela urina de ratos disseminada por enxurradas e alagamentos. Para prevenir essa virose o animal deve ser vacinado regularmente. Animais que vivem em casa devem ter cuidados redobrados, por exemplo, no caso de roedores que podem transitar em busca de restos de alimentos, rações e mesmo fezes dos animais. “Se o animal entrar em contato com águas de inundação e apresentar sintomas como febre alta, apatia, diarréia e vômitos o encaminhamento médico deve ser imediato.”

O câncer de pele é outra preocupação. Cães e gatos que têm a pele muito clara – ou rosada – quando submetidos à exposição ao Sol também podem desenvolver sarcoma, que geralmente ocorre nas áreas sem pêlo. “As maiores vítimas são os animais albinos, gatos brancos, boxers brancos ou animais que, não totalmente brancos, tenham a ponta de nariz, orelhas, o entorno dos olhos e abdômen despigmentados”, recomenda Quinzani. “Esses animais não devem tomar banhos de sol, mas se a exposição for inevitável deve-se usar filtro solar nessas áreas”.
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Fonte:
Sciam