sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Confira 5 boas iniciativas como forma de atacar as dificuldades em saúde pública

Consórcio de hospitais (Espanha)
Saúde pública: pouco integrada, a rede é feita de iniciativas que morrem à míngua, com contratos malfeitos, pouco fiscalizados, e composta de equipes que mudam de quatro em quatro anos(Thinkstock/VEJA)

Boas iniciativas e continuidade dos investimentos são as melhores formas de atacar as dificuldades em saúde pública. O site de VEJA reuniu projetos internacionais na área que podem ser modelos para enfrentar alguns dos principais problemas da saúde brasileira

Um dos principais problemas da saúde brasileira é a indefinição das regras que regulam seus serviços. A frouxidão das normas em relação a contratos, pagamentos ou responsabilidades pelos serviços de saúde colabora para a má gestão dos recursos, que se perdem em um labirinto de programas e projetos. Pouco integrada, a rede é feita de iniciativas que morrem à míngua, com contratos malfeitos, pouco fiscalizados, e composta de equipes que se modificam de quatro em quatro anos.

Para combater essas dificuldades, países ao redor do mundo investem em boas iniciativas e ideias que garantam a administração adequada do dinheiro dedicado aos programas de saúde. Afinal, dilemas como os brasileiros são os principais problemas de saúde pública em todo o globo. Há diferentes modelos, que vão desde países em que os serviços de saúde são totalmente privados, como os Estados Unidos; passando pelo modelo europeu de serviços particulares financiados pelo governo, a exemplo da Holanda, Inglaterra ou França; ou totalmente públicos, como Espanha e Finlândia. Entretanto, descontadas as diferenças, há uma clara e antiga indefinição de regras de saúde gerais a serem seguidas no Brasil, que colaboram com a descontinuidade dos programas e os transformam em um grande ralo de dinheiro.
"Na Europa, que conta com serviços de saúde bastante avançados, há regras muito claras sobre a regulação dos sistemas, feitas para todos, a partir de um comprador, que é o Estado. Há contratos detalhados e que são fiscalizados. Tudo isso no Brasil ainda é muito precário", diz o médico Gustavo Ferreira Gusso, professor de clínica médica da Universidade de São Paulo (USP). "O caminho é o governo comprar mais serviços privados, mas regular seu uso e estabelecer normas precisas, como acontece na Inglaterra ou Canadá."

Continuidade - Para oferecer serviços de saúde de qualidade, os países costumam investir em três frentes fundamentais: uma rede integrada de atendimento familiar e comunitário, gestão rígida de contratos e bases de dados informatizadas. "Nosso modelo de saúde, criado há quase trinta anos, está em implantação até hoje. Entre as diferentes iniciativas, a mais básica e essencial é ter uma rede de informações universal com as condições clínicas anteriores do paciente que possa ser usada pelos profissionais para prevenir doenças e criar tratamentos melhores", diz o médico Gonzalo Vecina Neto, superintendente do Hospital Sírio-libanês, em São Paulo.

Entretanto, programas assim, alerta Vecina Neto, são desenvolvidos durante décadas, e dependem da continuidade do investimento político, financeiro e social para funcionarem. "Voltamos sempre a discutir elementos muito básicos, como alguns procedimentos ou permissões, superados há muito tempo em outros países. E isso nos impede de avançar no que é realmente necessário", diz o médico.

Uma das causas é a relação estreita que existe no país entre os programas de saúde e seu viés político ou partidário - assim que a gestão termina, o projeto de saúde também deixa de receber investimentos. "Temos excelentes programas de saúde brasileiros, inspirados nos melhores exemplos do exterior e feitos de acordo com a nossa realidade. No entanto, eles param no meio do caminho e não superam nem os primeiros desafios", diz Maria Fátima Souza, diretora da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília (UnB). "É preciso que a saúde se torne, de uma vez por todas, uma política de Estado e não só de governo."

Com o apoio dos especialistas, o site de VEJA mapeou seis boas iniciativas em saúde pública ao redor do mundo que atacaram o problema da gestão de recursos. Exemplos de investimento e fôlego são, mais que modelos de administração em saúde, excelentes opções de atendimento para seus pacientes:
Redução de custos de pacientes crônicos (EUA)

Redução de custos de pacientes crônicos (EUA)

Em 2002, o médico Jeffrey Brenner analisou os dados dos hospitais da cidade de Camden, em New Jersey, e percebeu que 1% dos pacientes era responsável por 30% das despesas de saúde locais — eram os pacientes mais pobres e com doenças crônicas. Para diminuir os custos e melhorar o atendimento, fez reuniões com assistentes sociais, enfermeiros e médicos para acompanhar esses pacientes e criar uma estratégia integrada que evitasse a reincidência no sistema. Dessas reuniões surgiu o Camden Coalition of Healthcare Providers, um grupo que analisa os dados de hospitalizações da cidade e acompanha os pacientes de maior risco, com visitas em casa e atenção familiar e comunitária. O programa se expandiu para cinco cidades do país, integrando os profissionais de saúde, que fazem uma supervisão sistemática dos pacientes e de suas famílias, diminuindo os atendimentos em hospitais em cerca de 40% e reduzindo os custos pela metade. 

Consórcio de hospitais (Espanha)

Na região espanhola da Catalunha, os hospitais são organizados em consórcios desde 1986. São unidades públicas e privadas que oferecem internações e tratamentos especializados (cardiologia, oftalmologia, obstetrícia) integrados à rede de saúde básica. Os consórcios públicos respondem por 73% dos centros de referência e 84% dos leitos, e os privados atendem o restante. Se, ao passar pela rede básica, o paciente precisar de tratamentos especializados, ele será encaminhado diretamente para o hospital que faz parte do consórcio da sua região — seja ele público ou privado. Consórcios como o Sanitari de Barcelona negociam anualmente os objetivos que serão alcançados, a remuneração por eles, e estabelecem um minucioso contrato — monitorado e fiscalizado por organizações sociais. Com o atendimento integrado, os hospitais reduziram filas e demoras no atendimento aos pacientes. 
Sistemas de informação (Reino Unido) 

Sistemas de informação (Reino Unido)

Uma parte fundamental dos sistemas de saúde de países como Espanha, Suécia, Noruega ou Reino Unido é a reunião e integração das informações de cada paciente, em um perfil com seu histórico de saúde. Essa ficha, informatizada, disponibiliza aos profissionais de saúde exames, diagnósticos, internações e médicos responsáveis pelos pacientes — dados que ajudam em futuros tratamentos. No Reino Unido, essas informações — acessadas em qualquer lugar do país por meio do nome ou número do paciente — são compiladas pelo Centro de Informações em Saúde e Atenção Social (Health and Social Care Information Centre — HSCIC) e estão passando por uma reformulação em 2014. O objetivo é melhorar a quantidade dos dados para prevenir doenças e diminuir a desigualdade dos atendimentos. 
Mobile Health (EUA) 

Mobile Health (EUA)

O projeto americano da agência americana Usaid começou em 2009 a implantar tecnologias de celular e internet wireless para melhorar os atendimentos de saúde em países da África e Ásia. Computadores e telefones são usados de maneira integrada para recolher dados de saúde, tirar dúvidas, fazer pagamentos, enviar informações com maior rapidez, além de lembrar os pacientes das consultas por mensagens de texto, enviar resultados de exames ou facilitar a comunicação com os profissionais de saúde. Mais de 500 organizações em 77 países fazem parte do projeto que, em cinco anos, fortaleceu os sistemas de saúde africanos e asiáticos. Em alguns países, as consultas perdidas e desistências de tratamentos caíram de 30% para 4%, os nascimentos em unidades de saúde subiram para 55%, e o comparecimento a visitas pré-natais aumentou para 66%. 
Saúde da Família (Canadá) 

Saúde da Família (Canadá)

A atenção primária, o nome dado à integração entre profissionais de saúde para o acompanhamento de famílias e comunidades, é o ponto mais desenvolvido do sistema de saúde canadense. No fim dos anos 1970, uma experiência de cuidados de saúde da família no Sault Ste Marie Group Health Centre melhorou os índices de tratamentos de diabetes e doenças cardíacas e diminuiu os retornos de pacientes com insuficiência cardíaca ao hospital em 44% em dois anos. Em 2000, o governo destinou 800 milhões de dólares para a reforma do programa. Entre as metas, linhas de telefones disponíveis 24h para o atendimento, a formação de organizações e grupos de cuidado integral e a melhora do atendimento de doentes crônicos. O grande diferencial é que, no Canadá, os novos médicos têm uma formação que integra várias áreas da saúde e os orienta para o atendimento comunitário e familiar — ao contrário do Brasil, em que os profissionais são especialistas em apenas uma área. Além disso, há um médico que centraliza e se torna o responsável por todos os procedimentos de saúde do paciente — conhecido em outros países como concierge doctor ou personal doctor. 
Cuidados paliativos (Espanha) 

Cuidados paliativos (Espanha)

Na Espanha, país em que a população chega à idade média de 80 anos, a medicina paliativa, nome dado aos cuidados oferecidos a doentes terminais para diminuir seu sofrimento, desenvolveu-se bastante desde os anos 1990. Em 2012, o governo espanhol em colaboração com a Organização Mundial de Saúde (OMS) criou uma inciativa para identificar pacientes com necessidade de cuidados paliativos e oferecer tratamento pelo sistema de saúde público na região da Catalunha. Chamada Necpal (Programa de Necessidades Paliativas), a ferramenta identifica o doente e o encaminha aos serviços de saúde disponíveis – hospitais, serviços de enfermagem, casas de repouso ou acompanhantes que os ajudem com os tratamentos e remédios. 

Fonte:
http://veja.abril.com.br/noticia/saude/seis-solucoes-em-saude-publica-para-inspirar-o-brasil/

Exposição prolongada ao sol pode causar câncer de pele em cães e gatos



A exposição prolongada ao sol é responsável pela incidência de câncer de pele em cães e, principalmente, em gatos - os bichanos são mais propensos em razão do hábito de passar horas tomando banhos de sol. Como os danos dos raios ultravioleta são cumulativos, a maioria dos casos envolve animais idosos.

Sintomas: a doença começa como uma manchinha avermelhada na pele e se torna uma ferida que não cicatriza ou, se cicatriza, volta logo em seguida

Áreas mais afetadas: regiões do corpo com pelagem menos densa. Nos gatos, as lesões malignas tendem a surgir nas pálpebras, no focinho, na parte interna das orelhas e na região entre os olhos e as orelhas. Nos cachorros, a área de risco é o abdômen

Prevenção: é possível proteger as áreas de pouca pelagem com protetor solar FPS 30 tradicional, desde que sem perfume e hipoalergênico. Como os gatos têm o hábito de se lamber constantemente, o ideal seria evitar os longos banhos de sol

Tratamento: consiste na remoção cirúrgica ou na crioterapia, em que a lesão é queimada com nitrogênio líquido. Parece simples e até pode ser, quando ela surge na barriga. Nos gatos, porém, a doença afeta pálpebras, orelhas e focinho, o que pode resultar em deformação da face. Vale frisar que, quanto mais precoce o diagnóstico, maiores são as chances de cura

Raças com maior risco de desenvolver a doença: animais de pelagem curta e branca. Como os tumores malignos costumam aparecer na cabeça, gatos e cães bi e tricolores, como fox paulistinha, bull terrier e whippet, também podem desenvolver a doença

Problemas de pele causados pela excessiva exposição ao sol não afetam somente os seres humanos. Assim como nós, os animais precisam de alguns cuidados extras no verão. Cães e gatos também podem apresentar câncer de pele. Geralmente, as lesões ocorrem nas áreas sem pelo, como na barriga, na ponta das orelhas, no nariz e ao redor dos olhos, principalmente em pele despigmentada (rosadas).
Assim, essa ocorrência é maior em animais brancos e claros – mesmo os que não são albinos – além de cães e gatos com nariz, lábio, coxins (almofadinhas dos dedos) e barriga rosada. Esses animais não devem tomar banhos de sol, mas se a exposição for inevitável é preciso usar bloqueadores solares nas regiões de risco.
Para isso, já existem no mercado protetores solares especialmente feitos para os bichos de estimação, que são amargos para evitar que o animal remova o produto com a língua. Agora no verão os cuidados com o sol se intensificam. Além do câncer de pele o calor pode levar os animais a hipertermia e morte. Assim devemos evitar sempre os horários mais quentes do dia pelo calor excessivo e pala maior exposição aos raios solares.


Carcinoma Solar em Gatos brancos:



Gatos brancos ou de cor clara são mais suscetíveis ao carcinoma de células escamosas (carcinoma solar) em áreas com pouco pelo ou que estão cronicamente expostos à luz solar. A área afetada mais comum em gatos é a ponta da orelha. Esta doença ocorre em gatos mais velhos e pode tornar-se evidente na primavera e verão, quando a exposição solar é maior.

 

Os sintomas mais comun são:

- Vermelhidão da ponta da orelha (probabilidade de ser primeiro sintoma)
- Queda de pelo leve e descamação da pele na ponta da orelha
- Lesão que não cicatriza.

Se voce observar esses sinais clínicos recomendamos uma pequena biópsia de pele para diferenciar dermatite actínica pré-cancerosa do carcinoma de células escamosas.
O tratamento precoce eficaz de lesões pré-cancerosas podem prevenir o aparecimento do carcinoma de células escamosas.

 

Cuidados com o seu gato ou cão de pele rosada:

- Restrição a exposição solar especialmente no verão.
- Uso de protetor solar resistente à água e com fator de proteção solar (FPS) 15 ou mais aplicadas nas pontas da orelha duas vezes por dia
A remoção cirúrgica do carcinoma de células escamosas da ponta da orelha é mais eficaz quando realizada logo após o diagnóstico. A remoção precoce aumenta a chance de retirar todo o tumor pois a lesão é menor. Remoção cirúrgica precoce também diminui a incidência de propagação do câncer para os gânglios linfáticos perto da orelha.

Fonte:
http://planetasustentavel.abril.com.br

Situação crítica da Santa Casa gera protesto neste sábado em São Roque



A atual situação crítica da Santa Casa de São Roque tem revoltado os moradores e, com isso, será realizado um protesto neste sábado, dia 21, à partir das 10h, na Praça da Matriz. Os organizadores convidam a população para juntos, mostrarem seu descontentamento com a saúde do município e solicitar melhorias imediatas, uma vez que o maior prejudicado é o cidadão são-roquense.

O ato terá concentração na Praça da Matriz, seguirá até a Praça da República e subirá a Rua Rui Barbosa. A organização solicitou apoio da Guarda Municipal com ofícios enviados à Prefeitura de São Roque e Delegacia. Enquetes serão realizadas com a população presente para saber a opinião sobre a situação atual.

“São-roquense tem que nascer em São Roque! Com o fechamento da nossa maternidade nossos filhos vão nascer onde? Sorocaba, Itu, Itapevi? Não teremos mais são-roquenses?” comenta um dos organizadores.
 
Fonte:Online

Aberta consulta pública do Mapa sobre Regulamento de Produtos Antiparasitários de Uso Veterinário

 
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) submeteu à consulta pública, na última sexta-feira (6), projeto de Instrução Normativa que aprova o Regulamento Técnico sobre Produtos Antiparasitários de Uso Veterinário, que contém critérios e procedimentos de licenciamento para comercialização dos produtos no país.

Pessoas físicas e jurídicas podem participar da Consulta Pública no prazo de 60 dias a partir da publicação, por meio do preenchimento de um um formulário, com sugestões ou comentários, que deve ser enviado para dfip@agricultura.gov.br

Acesse o Regulamento clicando aqui.

Fonte: Portal do CFMV.



Ciência - Larvas que comem isopor podem ser solução para problema do lixo

 

Com certeza, o isopor parece ser genial quando serve para aquecer seu café naquele copo barato. E você não pode deixar de apreciar aquelas bolinhas das embalagens que mantêm seus objetos frágeis protegidos quando são transportados.

Mas esse material leve e durável, também chamado de espuma de poliestireno ou poliestireno expandido, tem um custo ambiental elevado.

A espuma de poliestireno não se desintegra fácil em aterros.

Os norte-americanos jogam fora pelo menos 2,5 bilhões de copos de isopor por ano, por isso muito lixo ainda vai circular por milênios, contaminando sistemas de água e prejudicando animais.

Agora, a boa notícia: cientistas da Universidade Beihang, em Pequim, e da Universidade Stanford, na Califórnia, descobriram pistas escondidas nas vísceras das larvas do besouro tenébrio, também conhecidas como bicho-da-farinha, para reduzir o problema da espuma de plástico.

"Existe a possibilidade de que uma pesquisa realmente importante esteja surgindo de lugares bizarros", disse em um comunicado Craig Criddle, professor de engenharia civil e ambiental que supervisionou os pesquisadores em Stanford.

"Às vezes, a ciência nos surpreende. É um choque."

Os pesquisadores descobriram que poderosas bactérias vivem nas vísceras do bicho-da-farinha e permitem que se alimentem de espuma de poliestireno — conhecida comercialmente como isopor —, desintegrando o plástico em lixo orgânico.

Estudos adicionais sobre essas bactérias poderiam ajudar os cientistas a desenvolver enzimas sintéticas capazes de desintegrar espuma de poliestireno.

A pesquisa foi publicada em 21 de setembro na revista Environmental Science and Technology.

"A descoberta da desintegração do plástico pelo bicho-da-farinha é revolucionária, porque o isopor tem sido considerado não biodegradável", disse o pesquisador Wei-Min Wu por e-mail.

"Entender o mecanismo da desintegração do plástico pelo bicho-da-farinha nos levará a novas abordagens para resolver o problema da poluição por plástico", disse Wu, engenheiro e pesqui sador sênior de Stanford que participou do estudo.

Na pesquisa, cem larvas foram alimentadas com 34 a 39 miligramas de isopor durante um mês todos os dias desde o nascimento.

Em 24 horas depois de comer, os bichinhos rastejantes converteram cerca da metade da espuma de plástico em dióxido de carbono e excretaram o restante como resíduo que, aparentemente, poderia ser utilizado sem riscos como adubo em colheitas.

Não se preocupe com os carunchos. Segundo Wu, as criaturas comedoras de plástico permaneceram saudáveis como qualquer outro grupo de larvas controlado que tivesse recebido uma dieta normal.

A existência dessas bactérias já era conhecida — graças à estudante de ensino médio de Taiwan Tseng I-ching, que as descobriu em 2009 —, mas o que elas poderiam fazer dentro das larvas ainda não era sabido, segundo uma reportagem do jornal on-line The Christian Science Monitor.

Os cientistas ficaram muito animados com a nova pesquisa. Como disse Wu à CNN: "Essa é uma das maiores descobertas em ciência ambiental nos últimos dez anos"

Jacqueline Howard - Brasil Post

Publicado por:

http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/larvas-comem-isopor-podem-ser-solucao-problema-lixo-916183.shtml

Desenvolvimento - O passo a passo da reabilitação de animais silvestres

 

Divulgação/Associação Mata CiliarOnça-pintada: lidar com animais silvestres é um dos desafios que o país enfrenta

Na cidade de Jundiaí, no interior de São Paulo, uma área de 30 hectares serve de lar transitório para animais silvestres, como onças, macacos e tucanos. Lá, está localizada a ONG Mata Ciliar, que recebe em média 1,9 mil animais por ano vítimas de maus tratos, choques, atropelamentos ou do tráfico.

Depois de chegar à instituição, os bichos passam por uma triagem e recebem o tratamento médico adequado até que tenham condições de voltar para a natureza. Dos que chegam, apenas 40%, em média, conseguem ser devolvidos ao seu habitat.

"É difícil mensurar a perda de um animal. No meio ambiente ele exerce um papel que interfere em toda a cadeia", diz Cristina Adania, médica veterinária e responsável pela instituição. "Nosso trabalho é tentar recuperá-los ou, caso isso não seja possível, garantir que ele tenha um fim de vida digno".

O trabalho na Mata Ciliar reflete um dos maiores desafios que o país enfrenta - o de lidar com os animais silvestres que são traficados ou com os 475 milhões que morrem anualmente nas estradas.

EXAME.com foi conhecer de perto o dia a dia da instituição e mostra quais são as etapas do tratamento dos bichos - da hora em que chegam até o momento em que voltam para casa. Esta é a primeira reportagem da série "Bastidores do Brasil".

Rita Azevedo/Exame.com


O lugar

A ong está localizada junto a Serra do Japi, em Jundiaí, e próxima das rodovias Anhanguera e Bandeirantes.Toda a área é dividida em ambientes que simulam o habitat natural dos animais.

No centro do terreno, fica a cozinha - onde são preparadas e fracionadas as refeições dos bichos -, um centro de triagem, onde é feita a documentação dos animais, e um consultório veterinário, local onde ocorre os primeiros atendimentos.

Mais ao fundo, está localizado o berçário, onde os filhotes ficam até ganhar porte suficiente para morar nos recintos.

Ao lado, há um centro cirúrgico. É lá que os veterinários fazem operações como a de Leôncio, uma onça parda de quatro anos diagnosticada com catarata em um dos olhos.
Além do centro de reabilitação, a área também abriga o Centro de Felinos, um criadouro científico onde são feitas pesquisas para a conservação das oito espécies de felinos do país.

Há sete anos, a instituição fez um dos primeiros procedimentos de inseminação artificial de jaguatiricas na América Latina. Na época, embriões congelados foram transferidos para o útero de oito fêmeas. Três filhotes nasceram e dois sobreviveram.

Rita Azevedo/Exame.com 
Pica-pau: animais são vítimas de tráfico ou sofrem acidentes como choques elétricos ou atropelamentos


A chegada

Todos os dias, motoristas, vizinhos e policiais rodoviários entram na Mata Ciliar com uma caixa de papelão nas mãos. Nelas estão pássaros que quebraram o bico após bater em uma vidraça, ouriços atacados por cães, veados atropelados ou um macaco que tomou um choque após se aventurar em fios de alta tensão.

Acidentes em áreas urbanas são um dos principais motivos para a chegada de bichos na instituição. Com o passar dos anos, esse número só tem aumentado. Os atropelamentos, aliás, são a principal principal causa de morte de bichos silvestres no país, superando caça ilegal, desmatamento e poluição.

São 15 animais mortos por segundo, ou 1,3 milhão por dia e até 475 milhões por ano, segundo projeção do CBEE (Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas), da Universidade Federal de Lavras (MG).

"Isso mostra que o ambiente natural não está tão bom para os bichos. Com o aumento das áreas desmatadas e a invasão de condomínios, esses bichos perdem suas casas e vão parar no meio das cidades", diz Cristina Adania.Outra das motivações, e não menos importante, é o tráfico dos animais silvestres. Cristina estima que sete em cada dez animais que chegam à instituição foram alvos de venda e compra ilegal.

A maior parte deles é formada por pássaros, que chegam aos montes e, muitas vezes, em condições precárias, dentro de caixas de madeira ou potes plásticos.

As aves são, no Brasil, os animais mais visados pelo mercado negro, de acordo com uma pesquisa da organização WWF.

Em 2014, 1939 animais passaram pela Mata Ciliar - 60% deles eram aves, 25% eram mamíferos e 15% répteis. Neste ano, o número deve ser ultrapassado. "Só até setembro, tratamos pouco mais de 1,7 mil bichos", diz Cristina.

Divulgação/Associação Mata Ciliar 
Filhote de ouriço: tratamento médico para que possa voltar ao hábitat natural


Cuidado médico

Assim que chegam, os animais são atendidos por uma equipe de três veterinários que se revezam em turnos. Os bichos ficam em observação por alguns dias em gaiolas ou pequenos recintos e são medicados.

Depois de algum tempo, curativos e doses de remédios, os bichos passam por uma nova consulta. É nesse momento que os veterinários avaliam se eles têm ou não condições de voltar à natureza. Caso eles possam ser reintroduzidos ao meio ambiente, começa uma nova fase de tratamento: a reabilitação.

Divulgação/Associação Mata Ciliar 
Coruja: o desafio de reaprender funções básicas como voar e procurar alimento


A reabilitação

Além de recuperar a saúde, os animais precisam, muitas vezes, reaprender funções básicas como andar ou voar e se habituar a caçar os próprios alimentos.

Nessa época, os bichos quase não têm contato com humanos. A ideia é preservá-los e diminuir o trauma da mudança.

Como numa espécie de quarentena, eles chegam a ser analisados com a ajuda de câmeras, que monitoram, por exemplo, se uma onça é capaz de encontrar uma presa escondida no recinto ou se consegue capturá-la viva.

Não há um tempo pré-determinado para essa etapa do tratamento, que pode durar de duas semanas ou até mais de um ano, como no caso de filhotes.

Rita Azevedo/Exame.comGato-do-mato Zoey: temperatura e horário das mamadeiras controlados


Os bebês

No caso de filhotes, que geralmente chegam sem os pais, o tratamento é diferenciado.

Eles são colocados em um local onde a temperatura é controlada minuciosamente, assim como o horário das mamadeiras e das papinhas.

Joyce Cachulo é a tratadora responsável pelo berçário. Atualmente ela cuida de Azeitona, um ouriço-cacheiro de dois meses, dos gatos-do-mato DVT e Zoey, de quatro meses, e do bugio Pitoco, um macaquinho de pêlos castanhos encontrado em uma área urbana há pouco mais de três meses.

Rita Azevedo/Exame.com 
Quati: o animal que não tem condições de ser solto ganha um recinto na ong


Os moradores fixos

Cerca de 300 animais que não puderam ser soltos ganharam recintos na ong, que reproduz o ambiente com o qual eles estão acostumados.

Em geral, são bichos que, segundo Cristina, não teriam muitas condições de sobrevivência no meio do mato por ter graves sequelas ou por terem sido criados como animais domésticos.

Um dos exemplos é Bailarina, uma arara vermelha criada em uma residência que teve as patinhas atrofiadas devido à alimentação inadequada.

Para melhorar um pouco a vida desses bichinhos e diminuir o estresse, é feito o chamado enriquecimento ambiental, uma série de simulações de situações que eles poderiam encontrar na natureza, como o ter que pular para alcançar uma presa.

Hora do rango

Semanalmente, são consumidos 400 quilos de carne, frutas e e hortaliças no local. O cardápio varia dependendo do dia da semana. Em dias quentes, há até quem ganhe um sorvete de frutas ou de carne.

A alimentação é preparada na hora pelos tratadores, que também são responsáveis pela distribuição da comida. No caso das onças, foram colocados túneis que levam o alimento até o animal.

Divulgação/Associação Mata CiliarSoltura de lobo-guará: estudos de campo

A liberdade

Devolver um animal à natureza não é uma tarefa tão simples quanto abrir uma caixa ou uma gaiola. Biólogos e veterinários analisam o local de onde determinado bicho apareceu, assim como os hábitos de determinada espécie.

Feito isso, é realizada uma visita de campo para verificar se, por exemplo, um lobo irá encontrar presas e água em determinado terreno.

No caso dos pássaros que, por causa do tráfico, podem chegar de qualquer lugar do país, a soltura é feita em locais parecidos com o de seu habitat natural, que podem ser tanto uma área aberta com temperaturas mais altas quanto uma mata fechada perto de uma cachoeira.

"Cada animal tem um comportamento que deve ser respeitado", diz Cristina. "Precisamos ter a certeza de que ele se sairá bem e que poderá seguir sua vida".
Fonte:
EXAME


Publicado por:
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