quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

EM BREVE: TODAS AS EDIÇÕES DO BOLETIM APAMVET DESDE 2010


Confira a última edição completa do BOLETIM APAMVET


Faça um "CHECK LIST" para ver o grau de bem-estar do seu pet


Atualmente a ciência do bem-estar animal
é uma área de grande interesse para
toda a sociedade, auxiliando no fortalecimento
do comprometimento ético e
legal para melhoria da vida dos animais.

A avaliação do bem-estar animal é fundamental para
a propositura de ações corretivas ou de implementação
de programas de saúde e de promoção da qualidade de
vida dos animais.

O Objetivo desse artigo é propor estratégia de avaliação
para ser usada na rotina da clínica veterinária,
de forma rápida e simples, estruturada em propostas de
protocolos já existentes na literatura cientifica mundial.


O que entendemos por bem-estar em cães e gatos?

O bem-estar animal é a condição fisiológica e psicológica
na qual o animal de companhia é capaz de adaptarse
comodamente ao entorno, podendo satisfazer suas
necessidades básicas e desenvolver suas capacidades
conforme a sua natureza biológica1. Envolve o aspecto
físico, relacionado com seu funcionamento biológico e
a capacidade de adaptação ao entorno; o aspecto mental,
relacionado com as suas capacidades mentais, psicológicas
e cognitivas; e aspecto natural, relacionado com as
condições para desenvolver uma “vida natural” e executar
seu papel no ecossistema, satisfazendo suas necessidades
e atingindo sua finalidade biológica (Figura 1).


Avaliação do bem-estar animal (Adaptado de Melhor, 2009)

Vários componentes podem ajudar na compreensão do
grau de bem-estar dos nossos animais de estimação e
podem ser agrupados em:
1. ambiente: refere-se ao local onde o animal se encontra
e todo o entorno que o integra; a adaptação do animal no
ambiente é um fator importante para o seu bem-estar;
2. nutrição: aspectos nutricionais estão diretamente relacionados
com os níveis do bem-estar animal; a qualidade
do alimento, a frequência e sua quantidade, além do
acesso do animal ao alimento, são aspectos importantes
que podem ser avaliados pelo seu escore corporal;
3. saúde: relacionada com as lesões, doenças e cuidados
médico veterinários;
4. comportamento: relacionado com seus padrões normais
ou anormais de comportamento (etograma)
5. psicologia: refere-se as suas sensações, percepções,
emoções e sentimentos (sua vida mental).


Construindo nosso “check list”:



1. Alojamento

( ) cama confortável
( ) temperatura confortável
( ) área sol/sombra
( ) ventilação
( ) proteção chuva/umidade
( ) espaço suficiente
( ) limpeza
( ) área recreação/janela
2. Alimentação
( ) agua boa qualidade
( ) bebedouro quantidade suficiente
( ) comida boa qualidade
( ) comedouro quantidade suficiente
3. Saúde
( ) lesões e ferimentos
( ) sintomas de doenças
( ) sinais de dor
( ) obeso
( ) peso ideal
( ) magro
4. Comportamento
( ) sociabilidade
( ) obediência
( ) agressividade
( ) manejo fácil
( ) reatividade excessiva
( ) interações com humanos
( ) interações com outros animais
( ) emoções positivas relaxamento _ alegria _ brincadeira _ carinho _

( ) emoções negativas medo _ tristeza _ tédio _ cólera _ apatia _ frustração _

CONFIRA O ARQUIVO COMPLETO EM PDF COM IMAGENS ILUSTRATIVAS



O check list foi construído com base nas Cinco Liberdades

(http://www.fawc.org.uk/freedoms.htm), no Welfare
Quality Project (http://www1.clermont.inra.fr/wq/), no
Shelter Quality Project (IZS Abruzzo e Molise, 2013)
e a avaliação desenvolvida pelo Instituto Técnico de
Educação e Controle Animal (ITEC, 2014).
Ao finalizá-lo, fazer verificação de todas as condições
presentes ou não, selecionando as que deverão ser
corrigidas para o aumento do nível do bem-estar do(s)
animal(is) em questão.



RECONHECENDO O GRAU DE

BEM-ESTAR EM CÃES E GATOS
Criando um “check list”
Néstor Calderón
Médico Veterinário
Instituto Técnico de Educação e Controle Animal - ITEC
Associação Veterinária Latino-americana de Zoopsiquiatria - AVLZ

“Proibição das avermectinas na pecuária não tem fundamento técnico”, diz especialista

Notícias Agrícolas - Seja o porta-voz de si mesmo!
O tema resíduos na carne bovina foi amplamente discutido no 2º dia da Interconf – Conferência Internacional dos Confinadores, que vai até o dia 18 de setembro, em Goiânia (GO). Esse assunto ganhou especial relevância nos últimos três meses a partir da proibição do uso de avermectinas no controle de parasitas de bovinos, decisão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a partir da detecção de níveis de resíduos acima dos permitidos em lotes de carne processada (corned Beef) importada do Brasil pelos Estados Unidos.
 
“Minha expectativa é que os Estados Unidos alterem os limites máximos de resíduos nas carnes processadas, reabrindo a discussão sobre esse tema”, disse o professor João Palermo Neto, da Universidade de São Paulo. “Para começar, não entendo porque o MAPA tomou uma decisão tão dura contra as avermectinas sem considerar todas as questões técnicas pertinentes. Trata-se de uma tecnologia utilizada há mais de 20 anos”, completou Palermo.
 
A profa. Silvia Helena de Miranda, da Esalq/USP, ressaltou que decisões como a proibição das avermectinas sempre causam questionamentos diversos. “Há uma série de argumentos a considerar, incluindo de comércio, ambiental, técnico e sanitário. O problema é que provocam prejuízos de várias ordens, incluindo financeiro, preços e imagem”.
 
Fonte:
Notícias Agrícolas - Seja o porta-voz de si mesmo!
Fonte: Interconf 2014

OBESIDADE: UM PROBLEMA MODERNO


De acordo com um levantamento americano recente,
52,5% dos cães e 58,3% dos gatos estão acima do peso,
sendo que 16% cães e 19% gatos são considerados obesos.

Entende-se por obesidade o excesso de gordura corporal
em relação à massa magra, enquanto que sobrepeso pode
ser definido apenas como um excesso de peso previsto
para os padrões individuais ou raciais do animal avaliado,
não necessariamente causado por acúmulo de gordura.

O sobrepeso está associado à causa ou progressão de
diversas doenças em cães e gatos. O excesso de tecido
gorduroso e peso pode comprometer os sistemas osteoarticular,
cardiorrespiratório e urogenital, além de acarretar
endocrinopatias (como diabetes e hipotireoidismo),
neoplasias (tumores) e desordens metabólicas (como
resistência à insulina).

São muitos os fatores que controlam a ingestão
de alimentos e o gasto metabólico. O erro de manejo
combinado a fatores genéticos, como condição racial, e
ambientais, como sedentarismo e o consumo exagerado
de alimentos, e a oferta de alimentos desbalanceados
caseiros, são as principais causas.
Outro fator de risco é a castração, que aumenta a incidência
de excesso de peso e obesidade, tanto em cães,
quanto em gatos castrados de ambos os sexos. As razões
para este efeito têm sido estudadas, mas torna-se claro
que os hormônios sexuais são importantes reguladores
do gasto metabólico.

O modo de vida atual é outro
importante fator de incidência
da obesidade ao acometer o
homem ou seus animais de estimação.

Características sociais
como sedentarismo e oferta de
alimentos desbalanceados nutricionalmente,
com excesso de
gordura e calorias muito agradáveis
ao paladar, permeiam cada
vez mais os hábitos da sociedade.

Na cidade de São Paulo,
um estudo com 50 cães obesos
verificou que 22% dos animais pesquisados não realizavam
nenhuma atividade física, 46% deles eram considerados
moderadamente preguiçosos, e 56% destes animais
tinham um comportamento alimentar considerado voraz
ou guloso. Verificou-se, também, que 78% destes animais
de estimação consomem, com maior ou menor frequência,
o mesmo tipo de alimento de seu proprietário.

A conscientização dos donos é fator importante, tanto
para a prevenção, quanto para o sucesso do tratamento
da obesidade. Algumas regras básicas são fundamentais
para o auxílio no tratamento:

• Alimentar-se e preparar alimentos do pet separadamente.
• Não fornecer petiscos ou guloseimas em excesso.
• Seguir rigorosamente a dieta recomendada pelo
médico veterinário.
• Dividir a quantidade diária recomendada em ao
menos 2 a 3 refeições.
• Estabelecer um planejamento de atividades físicas
para o animal.
A dieta varia de acordo com o peso e as necessidades
específicas de cada animal, e por isso é importante
sempre consultar um médico veterinário. Seguem algumas
dicas para que os donos estimulem a atividade física
em seus pets:
• Cães brincalhões fazem melhor atividades de alta
energia, que sejam divertidas, como buscar uma bola
ou discos.
• Os felinos domésticos, que possuem um estilo de vida
sedentário, precisam ser estimulados a realizar atividades
com brinquedos, objetos, plataformas e barreiras
dentro do seu domicílio, uma vez que dificilmente
esses animais vão realizar atividade física como os
cães.
• Passeios mais lentos são ideais para animais mais
velhos.
• Comece a caminhar com o seu cão em superfícies
macias, como terra, areia ou grama, até que as almofadas
das suas patas se acostumem.
• Evite exercitar o animal imediatamente antes ou após
as refeições.
• Cuidado com o clima muito quente ou muito frio: o
sol pode causar insolação e desidratação, ou machucar
as patas, e o frio pode causar desconforto ao animal.

Em geral, todos os animais precisam de dietas
balanceadas, e em quantidade condizente, para manter
uma condição corporal adequada, pois todos
estão sujeitos ao excesso de peso. Em geral os animais
domesticados e domiciliados, como coelhos e hamsters
por terem uma mudança drástica no hábito de vida,
como oferta de alimentos exagerada e baixo nível de
atividade física, tem maior propensão de desenvolver
obesidade. Por isso, o ideal é sempre ter orientações de
como alimentar e qual a conformação física ideal para

cada espécie.


Dra. Luciana Pellegrino
médica-veterinária – Nestlé Purina – CR MV SP 25919
e-mail: falecom@nestle.com.br

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