quarta-feira, 5 de novembro de 2014

O novo melhor amigo do homem

O título de “melhor amigo”, usado a partir do século 18 para definir (tão apropriadamente!) a relação entre humanos e cachorros, já vale também para gatos. Nos Estados Unidos, o número de casas com gatos de estimação já supera o de cães, e o Brasil segue o mesmo caminho: a população de bichanos vem crescendo 8% ao ano, e a de cães, 4%.

A legião de “loucos por gatos” é capaz de listar em segundos as vantagens de ter um peludo ronronante como companhia: são mais independentes do que outros animais de estimação, como cães, e adaptam-se bem a pequenos espaços, pois aproveitam o espaço vertical e não se limitam a ficar no chão.


Gatos dão menos “manutenção”: eles mesmos se “banham” com a língua, que é áspera o suficiente para limpar e retirar os pelos mortos. Claro que uma escovação cai bem, assim como a tosa e o banho no petshop, mas a frequência é bem menor. Quer mais motivos? Os gatos aprendem desde cedo (e sozinhos) a usar a caixinha de areia para se aliviar, e ainda tem o capricho de enterrar as suas caquinhas. São “econômicos”: exigem, sim, vacinação e visitas ao veterinário, mas o custo médio para mantê-los costuma ser menor do que para um cão. Demandam menos atenção: são capazes de passar com tranquilidade períodos maiores do dia longe do dono.

Quem afirma que gatos são traiçoeiros, egoístas ou que só querem saber da casa, e não do dono, certamente não tiveram a sorte de conviver com um bichano. Ao contrário dos cães, entre os gatos não existe uma relação hierárquica, apenas espacial, e eles se agrupam por território e pela simpatia de uns por outros. Menos lambões que nossos amados cachorros, os felinos não têm nada que os desabone no quesito companheirismo: gostam de dormir na cama com os donos, ganhar carinhos no colo, interagir com brinquedos – basta ter um novelo de lã ou uma bolinha que eles se divertem por horas.

Outro mito é o potencial para destruição. É possível, sim, ter gatos e sentar em um sofá intacto (no máximo, talvez, com alguns pelos, hehe). Os gatinhos têm, sim, necessidade de afiar as unhas, mas isso se resolve facilmente mantendo-as bem aparadas e agregando à decoração da casa um arranhador.

Gatos são ótimas companhias também para outros animais de estimação. Inimigos declarados em desenhos animados, cães e gatos podem ser dar muito bem na vida real: não existe nenhum componente genético que comprometa esta promissora amizade, principalmente quando os animais crescem juntos. Conheci uma poodle que acompanhou atenta o parto da gata com a qual ela convivia desde filhote, e depois cuidou dos bebês como se fossem seus, inclusive pegando-os pelo cangote e colocando perto da mãe quando eles começaram a fazer as primeiras estripulias.
Se você pensa em ter um bicho de estimação, considere um gatinho. Talvez, muito em breve, você se derreta como a tradutora e escritora Fal Azevedo, “mãe” de cinco bichanos, ao explicar o por que de sua opção.

Tenho gatos porque gatos não são coisa que se tenha. Nós não os temos, eles não nos têm. Vivemos todos juntos, numa alegre, ainda que contida, camaradagem. Bárbara Manteiguinha Batatinha Maluquinha (juro, o nome é esse), Bolero, Cinza, Leôncio, Debby e Mila-Sempre-Bebê escolheram sair da rua, escolheram viver conosco, escolheram ficar, escolheram permanecer.Claro que, uma vez ficados, trancamos o portão e jogamos a chave fora, não somos bobos. Gatos são balõezinhos de ensaio para o melhor tipo de amor: o amor-que-fica-porque-quer. O único, às vezes acredito.
Por Regina Ramoska
Este post foi publicado em Artigos e Dicas BitCão

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