segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Encontrei um gatinho na rua! O que fazer?




Por vezes, ao passar numa estrada com menos movimento, ao chegar ao carro quando está estacionado no exterior, ou num passeio a pé, deparamo-nos com um gatinho assustado, com fome e frio.

Devemos sempre aproximar com cuidado e movimentos pouco bruscos, pois na maioria dos casos os animais estão muito assustados e não têm muito contacto com pessoas. Depois de os recolher, estes devem ser vistos por um veterinário para confirmar o estado de saúde, desparasitação e indicação de qual a alimentação mais adequada. Devemos também ter em atenção que deve ser respeitado um período de quarentena (cerca de 10 dias) de observação de todos os sinais que possam ser sinónimo do início de uma doença e, em casas já com outros animais, a introdução de um novo elemento deve ser gradual.

Dentro das doenças mais frequentes nos gatinhos e gatos adultos, encontramos as patologias respiratórias e gastrointestinais. Vamos falar de algumas dessas patologias e formas de transmissão.

- O Calicivirus felino e o Herpesvirus felino (vírus da rinotraqueite felina) são considerados os agentes mais importantes na patologia do trato respiratório superior nos gatos. É normalmente uma patologia de grupos/colónias de animais, geralmente jovens. Contudo podem estar presentes outros patogéneos como por exemplo a Bordetella bronchiseptica, Chamydophila felis, outras bactérias e micoplasmas. A transmissão normalmente é efectuada por via nasal, oral ou conjuntival directa ou indirecta. Durante o internamento destes animais, quando necessário, devem ser adoptados cuidados no sentido de evitar a sua transmissão. Os sinais clínicos dependem da dose infectante, da estirpe e de factores do hospedeiro, como estado geral, idade e imunidade, podendo ocorrer ulceração oral e nasal, hipersalivação, alterações respiratórias (desde espirros a dispneia severa), febre, claudicação, alterações oculares. Os sinais clínicos normalmente resolvem-se em 7 a 10 dias, contudo podemos ter um período em que o animal infectado se transforma em hospedeiro, que pode ir até aos 30 dias.

- Gastroenterites - A Panleucopenia felina é causada pelo parvovirus felino. As infecções severas são observadas em gatinhos jovens, não vacinados. Os sinais clínicos são febre, letargia, diarreia com sangue, vómito e desidratação, leucopenia. Em fêmeas gestantes, pode causar aborto, mumificação fetal, infertilidade. As infecções no final da gestação podem levar a danos cerebelares severos nos fetos. O vírus pode ser eliminado nas fezes até 6 semanas após infecção.

- Leucemia/Leucose - FeLV (Vírus da Leucemia Felino) - os gatos são infectados através de um contacto “social” com animais assintomáticos portadores de FeLV, através de recipientes de alimento e água – saliva. A infecção inicia-se na faringe orornasal, espalhando-se para a medula óssea e desenvolvimento de virémia.

- “SIDA dos gatos” - FIV (Vírus da Imunodeficiência Felino) – transmitido por mordeduras, sendo mais frequente em machos inteiros, por lutas de território. Após a dentada, o vírus atinge os nódulos linfáticos, podendo demorar algumas semanas a meses até o animal apresentar resultados positivos

- PIF (Peritonite Infeciosa Felina) – O vírus que provoca a Peritonite Infecciosa Felina é um coronavírus entérico mutado que causa inflamação granulomatosa multisistémica, associada a vasculite necrotizante. Os sinais clínicos mais comuns são: febre, inflamação ocular, ascite, dispneia e ocasionalmente icterícia.

A detecção destas patologias pode ser feita através de alguns testes sanguíneos: testes ELISA e Sorologias. Normalmente, são aconselhados por volta dos 6 meses de idade, para evitar reacções cruzadas.

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