segunda-feira, 14 de julho de 2014

Mais de dois mil cavalos-atletas participarão do Campeonato Nacional

Mais de dois mil cavalos Quarto de Milha participarão das 18 modalidades da edição deste ano do Campeonato Nacional Conformação e Trabalho do Cavalo Quarto de Milha, em Avaré (SP), de 19 a 27 de julho. Durante o Campeonato as provas vão exigir habilidade, concentração, treino diário e, acima de tudo, um trabalho de preparação digno de verdadeiros atletas. Competir modalidades hípicas de alto desempenho exige um trabalho dedicado de condicionamento físico e nutrição.

Se o cavaleiro é introduzido em uma rotina rígida de preparação para as competições, para o cavalo-atleta o dia-a-dia não é diferente. Aliás, a preparação de um animal para competições começa bem antes. Tem início na escolha de seus genitores. Genética de alto padrão é um primeiro bom passo para garantir um futuro campeão.

Após o nascimento, o trabalho do criador é fundamental para moldar o que a genética já iniciou. Para a zootecnista, especialista em nutrição de equinos e parceira da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Quarto de Milha, Vanesa Mesquita, a primeira etapa é de cuidados básicos com a alimentação. Ela explica que o animal deve ter à disposição forragem de boa qualidade e água em abundância.

“A forragem deve ser composta de capins nutritivos como, por exemplo, o Tifton. Para animais de competição, a alimentação deve ser substancialmente mais energética e é necessária a presença de quantidades maiores de antioxidantes importantes como o Selênio e a vitamina E”, pontua Vanesa.

Os cuidados com a dieta do animal também passam pela atenção à idade da gramínea que será usada na forragem. “Capim passado tem alto teor de lignina e o cavalo não digere”, diz. E, atenção às indicações do fabricante. “Não se pode pecar pelo excesso na administração de suplementos vitamínicos e metade de tudo o que o cavalo come deve ser de forragem para garantir um bom funcionamento do trato intestinal. Cavalo é um herbívoro e não podemos ir contra essa natureza”, alerta a zootecnista.

Horas antes

No dia da competição, a alimentação também deve ser observada. Como o cavalo é um animal de hábitos, não é recomendável mudar a rotina de alimentação na véspera da competição, sob pena de comprometer o desempenho do animal. Para Vanesa, o ideal é que a última alimentação do cavalo competidor seja entre 3h30 e 4h antes do horário previsto para a prova.

Ela orienta que o animal não entre em uma prova no seu pico de produção de insulina, que ocorre logo após o de glicose. “Esse pico ocorre cerca de duas horas após a alimentação. A glicose é a fonte de energia mais importante para o atleta, e a insulina age removendo a glicose da circulação, pois ao entrar em pista nesse exato momento, o organismo do cavalo está retirando do sangue a glicose disponível para geração imediata de energia, que é o que mais o animal precisa no momento da prova”.

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